terça-feira, 29 de setembro de 2009

Tabuleiro da Vida !

Olá pessoal! Como estão todos?
Hoje estava pensando na vida quando uma cena me chamou a atenção. Meu irmão caçula estava jogando xadrez com um amiguinho, quer dizer, estavam tentando; aquilo parecia mais uma mistura de dama com gamão do que qualquer outra coisa. Até o momento em que ele me pede pra explicar as regras, então expliquei algumas coisas básicas e continuei a observar. Ao ver eles jogando, além de me trazer recordações da época em que jogava, também fez com que eu pensasse o quanto a vida é parecida com esse jogo.
Parece filosofia de boteco, não é mesmo? Mas é uma verdade. A vida é um jogo no qual existe diversos momentos. Oras estamos como peças, oras como jogador e em outras vezes como meros expectadores. E nesse jogo participamos de diversas partidas com uma infinidade de jogadores. Podemos jogar com a vida, com a morte, com amor, com sucesso, com fracasso, com desabor ou com a felicidades, sem citar outros tantos como por exemplo uma outra pessoa.
O prêmio pode ser diverso: amor, estabilidade, emprego. Mas sempre estamos no jogo!
E o que mais me chama a atenção nesse paralelo da vida com o xadrez é que os fundamentos básicos do esporte de tabuleiro se encaixa perfeitamente no cotidiano. Qualquer jogador sabe que um movimento gera uma infinidade de possibilidades e que muitos experts conseguem prever as possíveis jogadas dos adversários e quais são as melhores respostas. Na vida não é diferente, um ato pode gerar uma infinidade de caminhos e muitas vezes conseguimos prever varias alternativas para certos acontecimentos. Isso é bom, estarmos preparados para diversos tipos de situações que possa ocorrer, afinal, a vida é dinâmica, mutável e irônica. Devemos sempre estar atentos para os nossos lances, para não perdemos a partida logo no inicio.
Outra coisa que um bom jogador deve saber é que no meio do jogo dependendo de como está a disposição das peças no tabuleiro, de como foram a suas jogadas, não importa o que você faça o desfecho já está traçado. Um movimento errado ou até mesmo impensado, pode trazer consequências péssimas, assim como muitas situações já conhecida pelos jogadores e registradas em livros nas quais por mais que sejas hábil não vais conseguir escapar do desfecho fatídico. Isso é clássico na vida! Quantas vezes nos vemos em situações idênticas as quais vivenciamos anteriormente e por mais que façamos diferente o resultado é o mesmo? A vida mostra que, assim como as regras básicas do xadrez, ao se encontrar na mesma situação de jogo o resultado vai ser igual, a superioridade de um lado sempre vai ressaltar e muitas vezes não jogamos com seres humanos para esperar um erro idiota para nos salvarmos. Situações iguais têm resultados iguais, isso é fato.
Essa perspectiva é interessante porque sabendo "jogar" você não precisa ter poderes mediunicos para saber o que vai acontecer. Você está em uma situação, faz um ato no qual você sabe quais são as possibilidades possíveis para próximas jogadas ou as possíveis respostas do outro jogador e suas contra respostas. Dependendo dos lances, você vendo como está dispostas as peças no tabuleiro da vida, você já sabe qual é o final. Isso é clássico em relacionamentos amorosos, muitas vezes você testa a outra pessoa, ela tem uma reação, a qual estava dentro da sua previsão e dependendo das reações seguintes, você sabe o que vai acontecer. Como também quando você se encontra em uma situação familiar onde todos os lances caminha para o desfecho conhecido, não adianta sacrifícios de peças, o jogo já está decidido.
Outra coisa básica que se assemelha com a vida é que quem faz o primeiro lance tem a vantagem e, se não fizer uma estupidez, na pior das hipóteses empata. E que algumas vez estamos com as brancas e outras com a preta, só nos resta sabermos conduzir a partida para a melhor situação possível.
E é assim que eu vejo a vida. Um eterno jogo, onde algumas partidas ganhamos, outras perdemos. Mas o importante é aprendermos, criarmos experiência para não cairmos nessas situações com desfecho certo e assim quem sabe um dia jogaremos só com as brancas.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Perdão

Olá pessoal! Como estão? Depois de receber reclamações pela demora nas postagens resolvi abrir o boteco hoje. Ok, nada de especial! Mas como faz um tempinho que não converso com vocês, pensei no que não conversamos nesse pouco mais de um ano de boteco. Pois bem, pensei, pensei e pensei mais um pouco. Comecei a recordar os post passados ( realmente parece que estou nostálgico ultimamente) e vi que entre todos os assuntos variados há um que não foi tocado até o momento: o perdão.
Errar é humano, mas perdoar é divino! Tudo bem! Muitos diriam que por ser divino não teríamos o porquê de perdoar, que isso é coisa para Deus. Mas o que realmente é o certo a fazer quando a possibilidade acontece? A resposta é complexa e vive a beira do subjetividade, afinal, o que o ser humano é capaz de perdoar? Existe um conceito que divide o perdoar do desculpar, o que eu concordo, uma vez que, como a própria palavra expressa desculpar é a ação de tirar a culpa de alguém, sendo assim, quando analisamos um caso aleatório, e vemos que a pessoa fez algo sem premeditação ou simplesmente na inocência podemos reconsiderar. Mas quando algo foi premeditado, será que podemos usar esse mesmo pensamento? Acredito que não, quando não há motivos para relevar no ato da outra pessoa, não há o que desculpar. É aí que entra o perdão. Perdoar é difícil, ele é um ato de coragem e desprendimento. Passar pelas faltas alheias é complicado, mas afinal, quem nunca errou? Quem é aquele que pode estufar o peito e dizer que nunca vai precisar pedir perdão? Não falo por orgulho em pedir e sim por não cometer faltas. Acredito que ninguém aqui embaixo tem tamanha grandeza. Mas isso nos leva a outra questão. O que é realmente perdoar? Somos realmente capazes disso? Perdoar é libertar da culpa mesmo a outra pessoa tendo. Percebe-se hoje em dia que muito perdoam, mas não esquecem. Isso seria dentro da nossas falhas o perdão que conseguimos desprender ou mera demagogia? Não sei a resposta. Muitos querem, tentam, mas conseguir realmente perdoar não. Por quê? Não há uma resposta, não dentro de uma possível concepção popular. Muitas coisas são dificies de esquecer, apagar da mente, do corpo, da alma! Por mais que tentem bravamente perdoar, simplesmente não conseguem, não por maldade, mas por receio de que novamente possa acontecer. E nesse caso vemos uma das grandes tragédias que podemos sofrer, o endurecimento e amargor da alma. Muitas pessoas sofrem disso, tentam com todas as forças perdoar, esquecer, mas sua memória, suas dores a impedem de deixar isso no passado. Nesse caso vocês poderiam dizer que o perdão é ruim ou que ele não existe. Não contesto, afinal, cada um tem experiências peculiares e se for para morrer envenenado, é melhor viver sem perdoar. Mas e quando o perdão dá certo? Quando a pessoa realmente se arrepende do que fez? Será que o perdão verdadeiro é ruim? Conheço muitos casos em que o perdão deu certo, não falo de perdoar uma traição amorosa, eu falo do perdão no amplo contexto. E sim, deu certo, amigos tiveram sua amizade fortalecida, parentes resolveram suas diferenças. Então, quando podemos perdoar? Não sei, cada um sabe a dor e a beleza de ser o que é, cada um sabe o que pode suportar ou não. Vivendo e convivendo com suas diferenças, falhas e acertos.
Pensem nisso!