Olá pessoal como estão? Hoje o dia foi muito bom até o seu final, como prometi que no
boteco é um lugar de assuntos
váriados, vamos deixar um pouco os
post psicológicos e vamos rir um pouco ( leia-se da minha cara). Vou contar uma história verídica que seria trágica se não fosse tão
cômica.
Quem nunca embarcou numa fria ou numa famosa
indiada? Pois é acredito que todos têm alguma história "pitoresca" então depois de ouvir uma colega falar toda feliz que iria para
Bahia para um congresso, lembrei-me da minha primeira temporada na terra de todos os santos.
Tudo começou quando me chamaram para trabalhar uma temporada na
Bahia, a primeira vista pensei: meu Deus me dei,
carnaval,
axé, sol, afinal como já dizia o grande "poeta"
Xandy do Harmonia: que coisa boa é o verão na
Bahia. Então fui muito feliz, cheguei lá esperando ver os pontos
turísticos etc...Cheguei na empresa na qual trabalhava, fiz a minha apresentação ao supervisor que me deu aquele dia de folga, nada mais natural afinal estou na
Bahia pensei, vocês podem estar pensando no que um
botequeiro como eu poderia estar reclamando, pois bem agora que começa a
indiada.
No outro dia depois de feita a programação, resolveram me mandar implantar celular numa cidade, até ai tudo bem me deram o nome da cidade a proposta era ir lá e programar, iria num dia e voltava no outro e lá fui eu arrumar minhas tralhas, foi quando eu me dei de conta de duas coisas, a primeira é que eu nunca tinha dirigido na
Bahia e a segunda era onde ficava afinal Barras, fui no mapa e olhei Barras ficava perto de
Xique-
Xique(
PQP olha o nome da cidade, já era sinal de que as coisas não iria dar em boa coisa) ficava uns 600 km de Salvador e assim fui.
Viajei por uma rodovia cheia de buraco mas tudo bem afinal estradas brasileiras são assim mesmo, depois
caminhões alucinados quase passaram por cima de mim ainda bem que São
Cristovão estava no meu lado, viajei horas pelo sertão baiano até que
anoitecendo parei num hotel de beira de estrada e fui tomar um banho, até ai tudo bem, acordei cedo e me mandei, viajando feliz até que parei numa
blitz, um policial-
armário com um metralhadora me parou e me deu uma
baita gerica pensando que eu poderia ser um assaltante de banco( olha onde fui me meter, no sertão
faroéstico baiano com uma metralhadora na minha cabeça) mas tudo bem estavam preservando a segurança do lugar só que eu não contava era ser parado por 3 barreiras em menos de 2 horas, aí
ninguem merece!
Cheguei em
Xique-
Xique para abastecer e fui para Barras sem antes adivinhem levar outro atraque dos
meganhas esse já era o quinto, chegando em Barras qual foi a minhas
surpresa, es
tava faltando um monte de equipamento e não tinha como eu fazer o meu trabalho, assim
puto da cara e
espraguejando o supervisor baiano que na maior cara de pau disse que iria demorar mais um dia pra chegar o equipamento quando eu telefonei pra ele voltei para
Xique-
Xique, claro sem antes levar mais um atraque ( levei
gerica por 5 encarnações), com pouco dinheiro logo procurei um banco quando para minha surpresa não tinha banco(
PQP² pouca grana e sem roupa limpa
ninguém merece), me hospedei numa pensão e fui comer, cansado e faminto encontrei uma
pizzaria, comi acompanhado de gafanhotos ( o
lugarzinho para ter gafanhotos) e voltei para pensão e no outro dia, voltei para Barras mas no meio do caminho uma surpresa, dessa vez não foi barreira...foi o radiador do carro que quebrou, agora imagina a cena, eu no meio do nada num calor de 43°C, sendo
revoado por
carcaras faminto, com o carro quebrado esperando uma viva alma me socorrer( nessas hora poderia ser até os policiais), demorou mas apareceu e voltei pra
Xique-
Xique, deixei o carro num mecânico e voltei a pensão, mas como sou um profissional peguei uma condução, isso mesmo sabe aqueles carros antigos que levam
bóias-frias pois é, também levam gente azaradas como eu naquele momento. Cheguei em Barras, na travessia do Rio São Francisco quase a barca caiu, mas o santo não me queria naquela hora, cheguei na bendita estação e os equipamentos já tinham chegado e não só isso, tinha uma equipe fazendo outro serviço, expliquei a minha situação e dali fomos a uma cidade próxima para ir num banco já que nessa hora eu já estava sem roupa e sem grana até para uma cerveja.
Chegamos na cidade( a qual não me lembro o nome) e encontramos o banco, nesse momento eu pensei que a minha sorte tinha mudado, entramos no banco e não deu 30 segundos adivinhem?
Policiais acharam que nós
eramos assaltantes de banco e levamos uma
mega gerica em plena praça pública, depois de verem que
eramos somente trabalhadores pediram desculpa e foram embora na maior cara de pau. Mas como eu já tinha conseguido a grana e tinha feito o trabalho e depois de tudo que eu já tinha passado, eu nem estava aborrecido só faltava um porém: como eu ia voltar para Salvador? Resolveram mandar um colega me "resgatar", com roupas novas e um bom banho demorou um dia pra ele chegar, contei para ele sobre os "contratempos" que tive e como era
óbvio ele riu da minha cara descaradamente e assim fomos embora para Salvador.Quando eu pensei que tudo havia acabado mais uma surpresa, ele tinha esquecido de abastecer o carro e ficamos parados
exatamente no meio da estrada a 50km de cada cidade num calor de 45°C( eu sabia que para aquele dia ser o mais quente que eu tinha visto não era para ser uma boa coisa), depois de horas uma viva alma apareceu e levou ele para cidade para pegar gasolina e eu fiquei para cuidar o carro, agora imagina a cena² eu no meio do sertão baiano cheio de
carcaras e gafanhotos e
largatos na minha volta num calor infernal, eu não sabia se era melhor ficar no carro ou fora mas como estava ficando um forno dentro do carro preferi ficar fora, resultado? Uma
baita insolação, fiquei tão queimado que até para respirar
doía, demorou algum tempo para ele voltar, quando chegou colocamos a gasolina e fomos para Salvador claro não poderia faltar o carro ter
pifado de novo mas dessa vez era coisa fácil depois de resolvido pegamos a estrada
mega esburacada e quase fomos esmagados por dois
caminhões. Mas depois disso chegamos em Salvador, isso praticamente há dois dias do natal, tive que fazer os relatórios e praticamente atravessar 6000km do Brasil para poder chegar a tempo de
ceiar com a minha família.
Na hora eu nunca mais queria voltar para
Bahia(coisa que não aconteceu, voltei 20 dias depois mas dessa vez a Fortuna e a Virtude estavam no meu lado, mas conto em outra oportunidade), mas hoje por
incrível que pareça guardo com carinho as recordações dessa
indiada afinal tenho uma boa historia para contar.